The true story returns !!

Epá sei que me desleixei com isto, e que realmente até me esqueci, mas só darei continuidade se vocês leitores assim o quiserem, pois não quero estar para aqui a escrever para o ar !
Este post vai conter os dois primeiros capítulos, agora vocês decidem. 


...
The true story #1

A noite estava a ser horrivelmente fria, e eu já não via a hora de colocar os meus pés dentro de casa. De sentir os lençóis de flanela aquecerem com o calor do meu corpo. Mas apenas não podia. Não tinha mais casa, nem quarto, nem lençóis de flanela e muito menos um tapete á porta. A ironia da vida, é que podemos tornar-nos naqueles mendigos, a quem negamos uma moeda, a cada dia que passamos por eles. Bem, não adiante chorar sobre o leite derramado. Não estudava, não trabalhava, e estava na rua. Eram 3 da manhã e via a humidade entranhar-se até aos ossos. Pensava que tinha amigos, mas afinal de contas, já nem pelos dedos das mãos se contavam. Bem, colocando estas tristezas da vida á parte, resolvi fazer contas á vida. Comigo tinha: a roupa do corpo, o telemóvel, 5€, um maço de tabaco, um isqueiro, uma caixa de mortalhas e um saquinho de erva. Boa, nem tudo podia ser tão mau, além de não ter dinheiro, nem amigos.
Eu só pensava em ter um pouco de foco. Tinha de arranjar dinheiro. Nem fazem ideia das ideias que me passavam pela cabeça, apenas para conseguir obter dinheiro. Foda-se, porque anda tudo á volta da merda do dinheiro. Até a palavra me dá náuseas, só pelo facto de sem ele eu não conseguir sobreviver. Só podia recorrer a uma pessoa, a ultima da minha pequena lista de amigos já completamente riscada. Natasha. A minha única esperança, a típica cena de luz ao fundo do túnel, se é que se vai poder usar a metáfora com ela. Veremos.
         Retirei o telemóvel do bolso e seleccionei o número dela.
-Sim?
-Natasha?
-Sim a própria. Quem fala?
-Sou eu, a Scar(let). Estou metida em apuros, dos grandes. Não tenho onde viver, nem dinheiro para comer. Tive a maior discussão da minha vida com os meus pais, por diversos factores, o que os levou a expulsarem-me de casa. Só me restas tu. –Dizia eu com a voz trémula e cada vez mais nervosa.
-Scar, queres ficar em minha casa é isso? – Riu-se num tom meigo.
-Se pudesse ser, sim, é o que mais preciso neste momento. Vou arranjar um emprego, tratarei de te ajudar com as contas e assim que tiver algumas economias saio da tua casa.
Sua tola, lembras-te quando fui eu no teu lugar? E que foste a única que me abrigou quando mais ninguém o fez? És a minha melhor amiga, achas que te deixaria na mão, como fizeram todos os teus outros supostos amigos? Suponho que todos eles te tenham voltado as costas, visto que mal falamos, só vivias para eles. Agora eles mostraram-te do que são feitos. Mas apesar de tudo eu nunca o faria. És muito bem-vinda na minha casa. – O seu tom de voz era tão tranquilo, transmitia-me segurança. Sentia-me invadida por uma sensação de alívio tão grande.
 Agora só tinha de ir buscar roupas a casa, ou pedir ao meu irmão que me preparasse uma mala, com os bens essenciais. Não tinha dinheiro para comprar uns novos e não estava propriamente em situação de esbanjar dinheiro. 
O que tinha acontecido até aqui foi de facto muito mau, mas não tinha chegado ao fim. 


The true story #2

              Bem, eu tinha de ir para casa da Natasha e como tal tive de gastar a ultima nota de 5€ que me restava. My sweet Money, where did you go!! Lá comprei um bilhete para Chelas. Não era muito longe de onde eu vivia nem a melhor zona de sempre, mas ao menos tinha onde ficar, e podia muito bem agradecer aos céus por ter tido esta oportunidade, agora so me restava não desperdiça-la. Sentei-me num banco na estação, e enquanto esperava retirei a caixa de mortalhas king size do bolso do casaco e o saquinho de erva. E ali fui enrolando aquela réstia de erva, a última que podia fumar, pois o dinheiro estava escasso. Dava um bafo, em cada expiração o fumo saia da minha boca, tomando estranhas formas. 
             -Desculpa? Tens uma mortalha que me possas arranjar? – Havia perguntado um rapaz que se dirigia ao meu encontro. Eu fitava-o enquanto ele caminhava até mim. Cabelos compridos, super despenteados, escuros e brilhantes, envoltos num lenço que estava enrolado á volta da sua cabeça que se atava um pouco acima da nuca. Barba por fazer, mas não muito grande, de sua estatura média, vestia uma camisa de xadrez azul e preta, umas calças vermelhas bem justinhas, e uns vans pretos. Perfeito, perfeito, perfeito, pensava eu para mim.
             -Sim tenho, mas toma lá duas, não te dê uma súbita vontade mais logo – Estava séria, isenta de expressões faciais, nem sequer o olhei na cara enquanto lhe dava as mortalhas. Lá porque o achava lindo, não significava que tivesse de fazer grandes alaridos, ou fazer cenas idiotas típicas de raparigas histéricas. Ele fez cara de enjoado e disse:
             -Obrigada, mas vê lá se mudas de cara, fuma, que passa! – De repente a cara de enjoado, deu lugar a um sorriso trocista, mas deveras sensual.
             -Acabei agora mesmo de fumar, e népia, não posso mudar de cara.
             -Ai sim? E porquê? – Perguntou ele todo gozão.
             -Porque é a única que tenho! – Olhava para ele, enquanto respondia, com uma sobrancelha levantada, e um sorriso intriguista no rosto. 
             -Uáu, que graça…- Começava a não gostar da conversa, mas eu não liguei muito. Pisquei-lhe o olho com ironia, agarrei na minha mala e fui em direcção á linha. Bastante tempo havia passado desde que tinha feito a chamada, o sol já raiava no horizonte, e o comboio já se aproximava.  Subitamente ouvi o rapaz chamar-me:
             -Será que posso saber o teu nome, pessoa tipicamente mal-humorada?
             -Quem sabe um dia fanfarrão! – Ri-me e entrei no comboio, deixando-o para trás. Ele ainda me fitou por alguns segundos mas depressa seguiu o seu caminho, tal como eu havia feito. 
              Aquele sol alaranjado que surgia por entre os edifícios altos sempre me fascinou, desde que era criança. Despertou-me as lembranças de uma infância perfeita, onde as responsabilidades ainda nem faziam parte do meu vocabulário. Era tão inocente, de cabelos longos, castanhos-escuros tão suaves. Os meus vestidinhos faziam-me parecer uma pequena boneca. Agora nem sei como me definir a mim própria, sou uma desilusão para toda a gente, e por mais erros que cometa, parece que não aprendo. Naquele momento dei por mim a desejar voltar atrás, viver toda aquela felicidade de novo. Ter os meus pais novamente. Mas de que me adiantava isso agora? O sol era lindo, mas ainda não tinha o poder de me conceder desejos.

7 comentários:

  1. Anónimo15:05

    adoro *.*

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  2. wow! Adorei! Gosto da maneira como escreves e sobretudo do conteúdo da história! Espero a continuação! beijo!

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  3. aiii ADOREII, gostava tanto de continuar a ler o resto *.*

    PS: adicionei-te no facebook querida, se me quiseres aceitar sou a Daniela Filipa (:

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  4. Anónimo13:51

    cada vez mais gosto do teu blog:D ahahahha

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  5. Anónimo20:10

    Contuia Joana... :D tou a gostar..

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  6. Anónimo20:51

    Oh gaja entao?? è para continuar ou nao??

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